sexta-feira, dezembro 30, 2005

Dias do fim... de ano.

Andam a fazer obras no átrio da faculdade. A tinta deita um cheiro nauseabundo e esta tarde havia tamanha nuvem de pó fétido naquele átrio que fui obrigado a percorrer os mil atalhos da faculdade de letras para poder circular. Instalaram também uma câmara de vigilância. Pergunto-me porque será que resolveram instalar uma câmara no átrio. Será que alguém andou a fazer o que não devia em plena entrada principal da flul?!?


A propósito, o bar novo tem estado triste e às moscas.


Com tanto sossego, só mesmo esta casa de doidos para um gajo ficar logo mais bem disposto...


-E no escritório que pensam que sou uma freira inocente! Hah!


-Um pouco de vinho para complementar a minha histeria!


-Não quero ver "A Semente do Diabo", quero música! Vou dançar as minhas músicas étnicas até as vossas orelhas saltarem pra fora!


-No escuro todos sabem dançar hehehe!


-Como faziam as afegãs para fumar naquelas burqas?!?

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Chiasco.

"Chiasco" é uma das minhas palavras transmontanas favoritas, especialmente porque é preciso viver-se algum tempo em Trás-os-Montes para saber exactamente ao que se refere. Palavras como "briol", "grizo", "frio de rachar", podem ser usados como sinónimos, mas não servem tão bem como "chiasco" para descrever o estado em que se encontrava hoje a cidade de Mirandela, onde vim passar o Natal.
O frio até nem era muito intenso. Há dois dias o termómetro do carro marcava 5 graus negativos às 10 da noite... Hoje até estava quentinho, apenas 1 mísero grau negativo na rua. O rio, que estivera congelado nos últimos dias, descongelou parcialmente. Choveu. E quando parou de chover, chegou o chiasco do fim da tarde...
O chiasco é quando a temperatura cai abruptamente e um frio omnipresente tudo parece envolver... o ar da rua fica gelado, ou parece gelo ele próprio... o céu e o rio partilham a mesma cor acinzentada, tétrica... uma neblina desliza fantasmagoricamente pelas águas paradas e vitrificadas...
No chiasco, deixo de sentir os lábios e o nariz. Ficam anestesiados, completamente apoderados pelo frio. Os meus dedos suplicam por umas luvas ou algibeiras, a minha garganta por um chocolate quente.
Estranhamente, sinto mais frio em Lisboa do que em Mirandela, apesar de na capital as temperaturas serem substancialmente mais elevadas que aqui. Em Mirandela, desafio o chiasco e saio para caminhar por entre o frio cortante. Foi o que fiz esta tarde. Tirei algumas fotos, se bem que dificilmente as fotos possam transmitir como é uma tarde de chiasco...







segunda-feira, dezembro 12, 2005

A saga das bolinhas verdes.

Aqui na Avenida 5 de Outubro encontra-se literalmente sob os nossos pés um fenómeno semi-paranormal. Já tinha reparado numas curiosas bolinhas verdes que parecem dirigir-se para um sítio incerto. Mas ontem o André cismou em seguir o trilho.
E lá fomos nós...


Aqui estão duas bolinhas verdes mesmo à porta do nosso prédio.


As bolinhas prosseguem, e atravessam a estrada.
Na passadeira, claro.


Uh-oh, aqui a situação complica-se. As bolinhas bifurcam, e misturam-se com outro trilho de bolinhas verdes, vindas do nada.


O mistério adensa-se: as bolinhas resolvem passar por baixo deste prédio. Fim da aventura, nem eu nem o André temos poderes para atravessar a parede e descobrir o que de emocionante haverá do outro lado...

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Avancem!

Todas as pessoas da área metropolitana de Lisboa devem ter ido para o Colombo esta tarde. E eu que precisava de ir ao Continente e à Fnac, não tive remédio senão deambular por aqueles corredores apinhados de gente.
É um facto que os portugueses não sabem andar. Em vez de avançarem em linha recta pelo lado direito das vias, preferem descrever zigzags aleatórios de modo a perturbarem a marcha ao maior número possível de transeuntes. Os namorados caminham de mãos dadas, afastados, maximizando a obstrução da passagem. Se tiverem putos, já se sabe que estes também têm que vir todos de mão dada aos pais, criando assim uma espécie de centopeia caótica no meio daquilo que já era um caos por si só. E claro, não posso deixar de mencionar aquelas pessoas que caminham absurdamente devagar, completamente alheias ao facto de que atrás de si curiosamente toda a gente caminha à mesma velocidade que elas.

Ok, dá para perceber que tou com um bocado de mau humor.
Odeio feriados. Mal posso esperar para que chegue amanhã, para me enfiar no bar novo toda a tarde a fazer rigorosamente nada.